Friday, April 8, 2016

"Minister of what?", o ministério dos funny gestures...

"Minister of what?", pergunta a Reuters sobre João SoaresEva Gaspar | egaspar@negocios.pt | 07 Abril 2016, 18:21
"Minister of what?", pergunta a Reuters sobre João Soares

Reuters e Efe foram duas agências de notícias internacionais que reportaram a ameaça do ministro da Cultura de dar umas "bofetadas" em seus críticos e as reacções que se seguiram.
"Minister of what? Portugal culture minister wants to slap critics" é o título do texto da notícia da agência Reuters que reporta as ameaças de João Soares a dois cronistas do jornal Público, referindo que o ministro da Cultura de Portugal está agora a ser convidado à demissão "for doing something, well, uncultured" – ou seja, por se ter comportado de forma inculta.

Escreve a agência britânica que, "depois de ser chamado de 'incompetente' e acusado de promover  um estilo de trabalho 'de compadrio, prepotência e grosseria', o ministro da Cultura João Soares achou chegada a hora de dar um par de bofetadas em dois colunistas de um influente jornal".

A Reuters dá ainda conta da opinião pessoal do social-democrata Sérgio Azevedo que considerou incompatíveis essas declarações com a permanência no governo e que o "post" de Soares no Facebook "recebeu mais de 800 comentários na sua maioria críticos e muitos exigiram sua renúncia". Por fim, a agência refere que o Ministério da Cultura lhe respondeu que não iria comentar o caso e que se revelou impossível contactar o ministro, que esclarece ser filho do ex-primeiro-ministro e presidente Mário Soares.

"João Soares criticado por ameaçar esbofetear colunistas" é, por seu turno, o título da agência noticiosa espanhola Efe. "O ministro da Cultura de Portugal, João Soares, ameaçou através das redes sociais esbofetear dois colunistas que trabalham na imprensa portuguesa, umas palavras que lhe valeram duras críticas e que geraram uma intensa polémica", noticia a agência do país vizinho. A Efe reporta ainda a reacção de Augusto M. Seabra, que considerou "inclassificável" a postura do ministro, mas não dá conta de reacções dos partidos políticos.

O PSD e o CDS criticam as declarações do ministro, mas não ao ponto de pedir a sua demissão. O PS e os partidos que têm apoiado o governo de António Costa no Parlamento - BE, PCP, Verdes e PAN - ainda não reagiram.


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Carta aos leitores da Artecapital,
A Artecapital não se esquece do essencial: lembrar a autonomia e a independência intelectual do Augusto M. Seabra é não nos esquecermos do essencial, da necessidade de nos construirmos em liberdade de pensamento, que nos permita encontrar a verdadeira medida da nossa vida exaltando o prazer dos sentidos, capaz de captar as emoções e a sensibilidade da humanidade.
Objectivamente, o comentário inqualificável do Ministro demissionário da Cultura, sobre o artigo de opinião do Augusto M. Seabra (no Público), não constitui novidade; mostra-nos como o poder político se baseia essencialmente na submissão da sociedade, e se tornou na medida absoluta de como devemos ordenar e ditar as nossas vidas: como a cultura se encontra refém do poder da decisão política e do poder do dinheiro, e como isso é destrutivo…
O desrespeito do Ministro demissionário da Cultura pelos intelectuais, e a submissão da cultura aos poderosos – paradoxalmente é interessante lembrar que só a cultura nos oferece tudo – revela, essencialmente, a dimensão da crise de liberdade social e requer uma atitude de solidariedade para com o Augusto M. Seabra.
Desde as suas origens, a cultura sempre apareceu ligada ao conceito de liberdade, de transcendência, entre outros, no sentido revolucionário… do progresso e do desenvolvimento. A cultura historicamente tem sido o elemento regenerador de toda a vida, razão para que se deva ter uma relação necessária e vital com a cultura!
Pessoalmente, estou infinitamente indignado com o estado da cultura em Portugal; para mudarmos o dia a dia, precisamos de expectativas culturais, de solidariedade, mas as expectativas culturais e a solidariedade foram destruídas pela precariedade em que vivemos. Não tem futuro a visão de um país dissociado da cultura, para libertação dos que ignoram – como aconteceu no passado recente, com o anterior governo – a cultura, e/ou não compreendem a cultura, como actualmente parece acontecer.
“De qualquer modo, agora é tarde: a tempestade está aí e não temos abrigo”, Franco Berardi.
Entre outubro de 2007 e junho de 2012, o Augusto M. Seabra escreveu mensalmente na Artecapital sobre o estado da arte. Era e continuará a ser o nosso “The Special One”.

victor pinto da Fonseca




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