Tuesday, November 12, 2024

Até à Casa Branca

 


Observador

Até à Casa Branca

Fotografia de José Carlos Duarte
José Carlos Duarte
Foto da Newsletter

A vitória convincente dos republicanos: como Trump ganhou as eleições e alargou a base eleitoral

Cidades republicanas, bastiões democratas e um condado dividido. Ao longo da Route 66 que foi percorrida nas oito edições da newsletter Até à Casa Branca, o Observador fez paragens em locais bastante diferentes entre si. Mas há algo que, à luz dos resultados das eleições presidenciais de 2024, é uma constante nessas oito etapas: em todas, Donald Trump subiu o número de votos face a 2020.

Até em Los Angeles, a última paragem da Route 66 e que se tornou num bastião do Partido Democrata nas últimas décadas, Donald Trump subiu cinco pontos percentuais (de 27 para 32%). Já Kamala Harris perdeu seis pontos percentuais em relação a Joe Biden (passou de 71 em 2020 para 65%).

O Partido Republicano venceu as presidenciais e também controlará o Senado. No que toca à Câmara dos Representantes, os votos ainda estão a ser contados, mas os republicanos estão, neste momento, numa posição confortável para também triunfarem naquele órgão. A confirmar-se, seria uma vitória em toda a linha para Donald Trump — e um desastre eleitoral para os democratas.

O que levou à vitória do Partido Republicano? Donald Trump conseguiu motivar a base eleitoral a ir efetivamente votar e conseguiu cativar o voto de alguns indecisos e minorias que não votaram nele em 2020. Por sua vez, os simpatizantes democratas tiveram mais dúvidas: terão ficado mais em casa e alguns preferido mesmo votar nos republicanos. Em todas as oito paragens da Route 66 (Chicago, Saint Louis City, Kansas City, Tulsa, El Paso, Maricopa e Los Angeles), Kamala Harris perdeu votos.

O exemplo mais paradigmático dos oito é o condado de Maricopa, no Arizona, um swing state, que passou das mãos dos democratas para os republicanos. Em 2020, Joe Biden obteve 50% dos votos, ao passo que Donald Trump 48%. Agora, o republicano angariou 51% dos votos, enquanto Kamala Harris 47,5%. Ainda que a corrida tenha sido novamente renhida, notou-se uma perda de votos de um lado e o ganho de votos no outro.

Neste condado do Arizona, 45% dos eleitores são brancos, 31% latino-americanos e 12% negros. À falta de dados que digam apenas respeito apenas a Maricopa, o que aconteceu em termos nacionais pode ajudar a explicar a viragem para Donald Trump. O número de eleitores brancos, que historicamente votam mais no Partido Republicano, votaram mais. Em 2020, tinham ido 67% de brancos às urnas, em 2024 foram 71% — e isso foi um bónus para os republicanos.

Mas também houve uma viragem entre as minorias norte-americanas. Os latinos votaram mais em Donald Trump. Apesar da retórica anti-imigração, o republicano angariou 46% dos votos entre os latinos (o maior resultado de sempre, segundo a NPR), sendo que entre os homens a intenção de voto foi bastante mais elevada.

O voto masculino foi um dos principais trunfos de Donald Trump e o calcanhar de Aquiles na campanha dos democratas. Mesmo entre algumas minorias e os mais jovens — grupos que tradicionalmente votam mais no partido de Kamala Harris —, os homens votaram menos no Partido Democrata do que no passado e mais nos republicanos. Apesar de as mulheres terem votado mais nestas eleições, isso não foi o suficiente para reverter a tendência.

Donald Trump nunca escondeu que quer levar a cabo um ambicioso programa de deportações de imigrantes ilegais — algo pouco apelativo para um latino-americano, mesmo que até esteja numa situação regularizada. Contudo, o estado da economia foi o principal fator que levou muitos a optar pelo voto no Partido Republicano. Juan Proaño, diretor-executivo da Liga dos Cidadãos Latino-Americano Unidos, explicou aos Los Angeles Times que, em particular os homens, “responderam certamente à mensagem populista do Presidente eleito e focaram-se principalmente em problemas económicos, como a inflação, os salários ou até apoio à reforma da imigração”.

A economia foi um dos temas que, apesar de ter sido debatido nestas eleições, esteve longe de ser o tópico central da campanha do Partido Democrata. Kamala Harris teve de lidar com o aumento do custo de vida do mandato de Joe Biden, prometendo governar de forma diferente da do Presidente. Embora a situação económica tenha estabilizado nos últimos meses, a perceção da economia não era a melhor entre os norte-americanos e muitos estavam insatisfeitos. Não acreditaram igualmente nas propostas da democrata — dando um voto de confiança a Donald Trump.

Em Chicago, a primeira paragem do Observador pela Route 66, Kamala Harris venceu confortavelmente, mas baixou seis pontos percentuais em relação a 2020, os mesmos números que Donald Trump subiu. “Ele conseguiu os mesmos ganhos [em Chicago face a Kamala Harris] do que em termos nacionais”, sublinha a analista política Laura Washington à ABC, que aponta para a “classe trabalhadora” como principal motor do aumento do número de votos do republicano.

Para Laura Washington, o foco da campanha de Kamala Harris foi um “erro”, principalmente o facto de ter salientando que a sua chegada à Casa Branca “salvaria a democracia” de Donald Trump. Isso não foi suficiente; a analista política assinala que “tudo o que os eleitores queriam saber era da economia”. E isso era realmente um ponto fraco da campanha dos democratas, enquanto Donald Trump prometia mudanças mais significativas e fazia questão de lembrar as diferenças de preços entre 2020 e 2024.

O Partido Republicano conseguiu captar o voto da classe trabalhadora, que muitas vezes mora nos subúrbios dos grandes centros urbanos, tradicionalmente democratas. Um desses exemplos ocorreu em Saint Louis, no estado do Missouri. Aquela cidade, a segunda paragem do Observador na Route 66, é um bastião democrata e Kamala Harris venceu com 81%, mesmo assim descendo um ponto percentual face a 2020. É, contudo, uma mancha azul num mar vermelho, uma vez que partilha fronteira com localidades que são fiéis ao Partido Republicano.

Um voto de protesto contra as condições económicas e o facto de Kamala Harris não ter mobilizado a sua base eleitoral, em particular as minorias, levou a que Donald Trump chegasse novamente à Casa Branca. Os republicanos festejam, enquanto o Partido Democrata vai entrar numa travessia no deserto e poderá agora analisar o que correu mal.

P.S.: Esta é a nona e última newsletter enviada os leitores no âmbito da cobertura das eleições nos Estados Unidos da América. Obrigado por nos ter seguido — e voltamos daqui a quatro anos.

O que aconteceu esta semana?

  • Entre aliados, Trump elege os primeiros nomes para a sua administração

Donald Trump já começou a compor a sua administração. Com personalidades leais ao trumpismo, o magnata escolheu o antigo responsável pela imigração no seu primeiro mandato, Tom Homan, para o cargo de secretário de Segurança Interna, atribuindo-lhe o cognome “czar das fronteiras” pelas suas medidas restritivas no campo das migrações.

Susie Wiles foi nomeada como chefe de gabinete da segunda administração Trump. Tendo desempenhado um papel fundamental na campanha (ainda que nos bastidores), Donald Trump acredita na primeira mulher naquelas funções: “Continuará a trabalhar incansavelmente para tornar a América grande novamente”.

Foi também escolhida a embaixadora norte-americana para as Nações Unidas, Elise Stefanik. A atual congressista eleita por Nova Iorque precisa ainda do aval da Câmara dos Representantes.

  • Kamala Harris assume derrota e pede aos apoiantes para que a luta não acabe

A candidata democrata admitiu, no discurso em que reconheceu a derrota nestas eleições, que o desfecho “não era o que queria”. Garantiu que haverá, mesmo assim, uma “transição pacífica do poder”, um princípio “fundamental da democracia” norte-americana.

Kamala Harris disse que vai continuar na luta pelas causas que defende. “Nunca vou desistir de um futuro onde os norte-americanos podem seguir os seus sonhos, ambições e aspirações”, assegurou a democrata.

Numa mensagem aos apoiantes, Kamala Harris pediu que se arregacem “as mangas”. “É tempo de organizar e mobilizar” pela luta pela “liberdade e pela justiça” e por um “futuro” que todos “podem construir juntos”. Mas não deixou nenhuma pista no seu discurso sobre qual poderá ser o seu futuro político após a derrota nestas presidenciais.

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o que se escreve lá fora

Behind the Curtain: America rejected soft liberalism
Axios
Why America Still Doesn’t Have a Female President
The Atlantic
Unions Bet Big on Harris. Now They’re Bracing for Consequences.
New York Times
What next for Kamala Harris, high-flyer who fell at final hurdle?
The Times
RFK Jr.’s political clout grows after Trump victory
The Hill
Donald Trump’s Victory and the Politics of Inflation
New Yorker
Courts restrained Trump in his 1st term. Will they 'check' his power again?
ABC News
Elon Musk bet big on Trump. Here’s what he stands to gain — and lose — from his
CNN
Deals and Deterrence: Trump’s Foreign Policy in a Dangerous World
Wall Street Journal
Round 2 in the Trump-vs-Mexico matchup looks ominous for Mexico
Associated Press

agenda para a semana

13 de novembro

Encontro entre Joe Biden e Donald Trump




did Van Gogh have a Goth phase?

 


Did Dutch master Van Gogh have a Goth phase?


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By AGENCY

An installation view of 'Gothic Modern: From Darkness to Light' at the Ateneum Art Museum in Helsinki. A major European exhibition claims modern artists drew inspiration from the dark themes of Medieval Gothic art. Photo: The New York Times

Why did Vincent van Gogh paint a skeleton smoking a cigarette? His 1886 painting doesn’t quite seem to fit into his larger output, one teeming with swirling landscapes and emotive portraits.

Some art historians have said that Head Of A Skeleton With a Burning Cigarette was merely van Gogh, still an art student at the time, fooling around with an anatomy exercise. Anna-Maria von Bonsdorff, the director of the Ateneum Art Museum, part of the Finnish National Gallery, has another theory.

She thinks that van Gogh was tuned in to a late 19th-century trend that revived religious symbolism from the Middle Ages. The skull referred to the Dance of Death, she said, a visual theme from the medieval era that reminds us death is always close at hand.

Van Gogh gave the allegory an update, von Bonsdorff said. “Because it has a cigarette, and it’s grinning, it has this very modern attitude,” she said. “It’s death in a modern setting, death as the dandy.”

Head Of A Skeleton is one of the centrepieces of the exhibition Gothic Modern: From Darkness To Light, running at the Ateneum Art Museum in Helsinki through Jan 26. The show, which will travel to Oslo, Norway, after that, and then to Vienna, presents a new approach to thinking about modern art.

Students of European art history are often taught about a succession of 19th- and 20th-century art movements, radiating from the art capital of Paris: Impressionism became post-impressionism, which led to cubism and then the birth of abstraction. This relentless evolution of the avant-garde pushed culture into modernity, with ever more colour and light.

But for Northern Europe and the Nordic artists, from around 1870 until 1920, there was an alternative centre of artistic influence in Berlin, Von Bonsdorff said. Artists inspired by the culture of the German capital were interested a darker, more spiritual interpretation of life and looked to the Middle Ages to express fin-de-siècle discontent and a search for deeper meaning.

20 YEARS OF BRINGING JOY TO THE COMMUNITY

This tendency grew amid industrialisation and social upheaval, when tensions between European empires were rising and World War I was looming, said Juliet Simpson, a professor and art historian in Britain who led a team of experts who collaborated on the Helsinki show.

Vincent van Gogh’s 'Head Of A Skeleton With a Burning Cigarette' (1886) on display in 'Gothic Modern: From Darkness to Light' at the Ateneum Art Museum in Helsinki. Photo: The New York Times Vincent van Gogh’s 'Head Of A Skeleton With a Burning Cigarette' (1886) on display in 'Gothic Modern: From Darkness to Light' at the Ateneum Art Museum in Helsinki. Photo: The New York Times

“The world is speeding up and rushing to a state of potential collapse or meltdown,” Simpson explained. “It shifts into a question: What is the meaning of all this, and what can artists do about that?

“They were discovering things in medieval art and culture that are about the great rituals of life, human longing, yearning for things – not just material, but spiritual,” Simpson added.

For artists at the time, she said, “modern life has a shadow side, and it’s bound up with those more irrational elements: death, darker themes and darker emotions.”

These dark themes were explored by famous artists across the continent, including Edvard Munch, Max Beckmann and Ernst Ludwig Kirchner, as well as lesser-known Nordic artists and women artists, among them German artist Käthe Kollwitz and Austrian British painter Marianne Stokes.

The Gothic Modern exhibition displays their work alongside original 500-year-old artworks by masters such as Lucas Cranach the Elder, Hans Holbein the Younger and Albrecht Durer. The modern artists in the show responded to these older works in a variety of ways: sometimes borrowing medieval techniques and styles (like using woodcut printing or gold-leaf backgrounds), but most often taking subject matter or themes and transforming them into something wholly new.

The concept for the Gothic Modern exhibition was born seven years ago during a conference on “Gothic Modernisms” at the Rijksmuseum in Amsterdam. Participants discussed ways in which Gothic architecture and medieval painting influenced modern art, and began to conjecture which works, shown together, would best exemplify this trend.

Von Bonsdorff and Simpson assembled a team of half a dozen curators – from Berlin, Vienna, Oslo and Helsinki – to select more than 200 artworks that would tell the story of gothic modernism from a Pan-European perspective.

Juliet Simpson, left, a professor and art historian, and Anna-Maria von Bonsdorff, the director of the Ateneum Art Museum, at the museum in Helsinki. They collaborated with a team of international experts to curate 'Gothic Modern: From Darkness to Light.' Photo: The New York TimesJuliet Simpson, left, a professor and art historian, and Anna-Maria von Bonsdorff, the director of the Ateneum Art Museum, at the museum in Helsinki. They collaborated with a team of international experts to curate 'Gothic Modern: From Darkness to Light.' Photo: The New York Times

“With this multinational team, we found many artworks that were connected to this topic,” said one of the curators, Ralph Gleis, the director of Berlin’s Alte Nationalgalerie. “Some were well known in their respective countries but were not known in other countries.”

The fascination for older art wasn’t merely about looking back for inspiration, said Tessel M. Bauduin, an assistant professor at the University of Amsterdam, who helped organise the “Gothic Modernisms” conference. Many modern artists looked back because they were searching for something purer and more authentic than what they found in modernity.

“A lot of people in the art centres like Paris and Berlin found modern art too artificial,” Bauduin said. The older artists “were thought of as ‘primitive,’ in the sense that they were not yet spoiled by early modernity.”

She added, “Their art was really a direct expression of the inner spiritual experience of the artist and a direct translation of their artistic experience.”

At the turn of the 20th century, interest in so-called primitive art was stirred by several popular exhibitions around Europe, explained Simpson. The first was an 1898 show of German medieval art in Berlin, she said, followed by a Cranach survey in Dresden, Germany, in 1899. Other significant medieval art shows took place in the first decade of the new century: in Bruges, Belgium; Dusseldorf, Germany; Siena, Italy; and London.

“It’s a big momentum,” Simpson said. “Really major writers and cultural figures from right across Europe and further are visiting these shows, as well as museum directors.”

The writers included George Bernard Shaw, Marcel Proust and Stefan Zweig.

Many artists made pilgrimages to see these shows or to see Gothic art in churches throughout Europe. A particular fascination of the period was the Isenheim Altarpiece, by Niclaus of Haguenau and Matthias Grünewald, painted around 1512-16 and considered a Gothic masterpiece.

A close-up view of Edvard Munch's 'Eye To Eye' (1899–1900). Photo: Munch Museum / Ove KvavikA close-up view of Edvard Munch's 'Eye To Eye' (1899–1900). Photo: Munch Museum / Ove Kvavik

Their modern artworks then referenced subjects like Adam and Eve in the Garden of Eden; the Pieta (the Virgin Mary cradling Jesus’ lifeless body); or the Vanitas, a painting genre that uses symbols to remind viewers of their mortality – though artists usually updated these using more modern painting styles or nonreligious settings.

Admiring artists also revived arts and craft techniques from the Middle Ages to make their modern artworks seem more “primitive,” like engraving in wood and metal to make prints.

Some artists were also rediscovering religious art of the past from their own countries that had been hidden or destroyed during the Reformation, a period when ornate church art was forbidden.

Munch’s 1900 crucifixion scene, Golgotha, on show in Helsinki, is an obvious reference to early religious art, but it has been updated in a very modern way, said Cynthia Osiecki, an old masters curator at the National Museum of Norway in Oslo.

Simpson said Golgotha was a perfect example of the “gothic modern,” which borrowed from pre-modern imagery to say something about modernity. Rather than embracing faith, she said, the artist is confronting spiritual chaos through art itself – and maybe art alone.

“We’ve got the crowd, which is a modern, urban crowd,” Simpson said, gesturing toward the painting’s lower half.

“We’ve got an echo of the modern city, but it’s completely defamiliarised, made strange. There’s violence, suffering, themes of community but also anxiety and uncertainty. Then it morphs into something completely hallucinatory.” — The New York Times

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