Sanatório de Valongo
Já há algum tempo que andava para vir a este local mas em virtude de vários adiamentos nunca tinha acabado por se proporcionar. Numa tarde fria de domingo, após um sábado chuvoso, lembrei-me que poderia ser um bom local para visitar. O Sanatório de Valongo, ou mais corretamente Sanatório de Mont’Alto, ficou esquecido no tempo. Este sanatório foi o último a ser construído em Portugal no tempo do Estado Novo. Funcionou entre 1958 e 1975 e era utilizado para acolher doentes tuberculosos. Depois do seu encerramento ficou ao abandono e foi assaltado e vandalizado várias vezes. Hoje está completamente em ruínas tendo desaparecido tudo o que restava do seu interior.
Cenário de filme de terror
Existem muitas histórias “do além” relacionadas com este local mas nada de assustador aconteceu durante a minha estadia, apesar de o edifício ser de facto um pouco medonho. É certo que me deparei com um cenário bastante estranho no piso térreo, entre velas e uma faca perdida havia uma sala com vários móveis, objetos pessoais, colchões e bidões que aparentavam ter ardido há bem pouco tempo. Talvez viva por ali algum sem-abrigo apesar de não ter visto ninguém a não ser algumas pessoas que, tal como eu, aproveitavam para tirar fotografias ao local.
O cenário saído de filme de terror estava espetacular. A chuva do dia anterior deixou o chão repleto de poças de água que escorria das paredes e do tecto. Os graffitis são agora a nova decoração do sanatório e algumas paredes já nem existem, encontrando-se apenas aqui e ali alguns tijolos do que restam delas.
Um lugar que sucumbiu no tempo
Os corredores vazios nada fazem crer que ali chegaram a estar cerca de 300 pacientes em simultâneo. Mas a melhor parte é mesmo quando se chega ao topo do edifício onde se abre uma grande varanda com uma vista espetacular. Conta-se que aqui morreram mais de 60 mil pessoas, algumas de forma bastante agoniante.
O Sanatório de Valongo está ao abandono há mais de 50 anos e parece que assim vai continuar.
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