Wednesday, September 2, 2015

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Conheça a história do único fundo português de investimento em arte que, depois de dar prejuízos aos primeiros investidores, resistiu à sua extinção e acabou nas mãos de todos os portugueses.
“O mercado de arte é geralmente descrito como tendo baixa correlação com os mercados financeiros, por exemplo as ações e as obrigações”, avisa Philip Hoffman, o presidente executivo do The Fine Art Fund Group. Para os investidores que aplicaram no Art Invest, o único fundo português de investimento em arte, são más notícias: os primeiros que abandonaram o fundo perderam 0,13% por ano numa década, enquanto as ações mundiais renderam, em média, 5,37%.
O Art Invest já deveria ter sido extinto – quando foi lançado em 2004 previa-se uma duração de dez anos –, mas os investidores que não aproveitaram para sair em 2014 continuam dependentes do fim do veículo do The Fine Art Fund Group, o principal ativo do fundo português. É pouco provável que, quando saírem, nunca antes de junho de 2016, os ganhos – se os houver – estejam muito longe de zero.

Promessa de elevadas valorizações

Em outubro de 2003, a Banifundos, a sociedade gestora de fundos do Banif que agora se chama Banif Gestão de Activos, foi autorizada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o supervisor do mercado financeiro, a abrir as portas a quem quisesse investir em arte através de um fundo de investimento. Chamaram-lhe “Art Invest”.
Era uma oportunidade única para os portugueses: a partir de cinco mil euros, os investidores poderiam aplicar, indiretamente, num cabaz de bens artísticos; quem investisse 150 mil euros poderia levar temporariamente algumas obras de arte para casa.
“O Banif Banco de Investimento contribui assim para a modernização do sistema financeiro português, colocando ao seu dispor um instrumento alternativo e inovador para capitalizar os seus investimentos”, lia-se, em novembro de 2003, na publicidade referente ao Art Invest. Este fundo podia ser subscrito junto desse banco de investimento, bem como do Banif e do Banco Comercial dos Açores, a instituição que acabou por ser engolida pelo Banif quatro anos depois.
Publicidade do Art Invest
A “equipa de especialistas do setor”, diz a publicidade do Art Invest, “garante o acesso a excelentes oportunidades de negócio nos mercados de arte nacional e internacional”.
Após janeiro de 2004, o Art Invest fecharia as portas durante uma década – às entradas de novos investidores mas também às saídas dos participantes. Até 2014, o fundo seria liquidado e a receita distribuída por todos. Era esse o plano. O único modo de recuperar o dinheiro antes de 2014 seria vender a aplicação a outros investidores através do Banif. O banco cobraria até 10% do montante, “dependendo das condições de mercado”.
Apenas 24 investidores apostaram no Art Invest, mostra orelatório do primeiro ano do fundo depositado junto da CMVM, que, em conjunto, aplicaram 2,5 milhões de euros. Esperavam as “elevadas valorizações históricas” da arte, como mencionava a publicidade.

Que saiam os primeiros perdedores

Os primeiros tempos do Art Invest foram promissores. Só em 2005, a unidade de participação do fundo valorizou-se 17,55%. Em outubro de 2008, o fundo concretizou a sua primeira venda: The Ferry Girl III (The Peacock’s Eye), pintado por Paula Rego em 1992 e adquirido pelo Art Invest em 2006.

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